1º Workshop de Exportação de Hortifrútis reúne produtores e especialistas em Campinas

O 1º Workshop de Exportação de Hortifrútis reuniu nesta quinta-feira (26) cerca de 100 produtores, executivos e especialistas para debater os desafios e as soluções que visam a ampliação da exportação de produtos brasileiros. O evento foi uma iniciativa da Ceasa Campinas, realizado em parceria com a Associação Brasileira de Citros de Mesa (ABCM) e a Associação dos Permissionários da Ceasa Campinas (Assoceasa), no hotel Nacional Inn, em Campinas.

Os participantes debateram temas como promoção, legislação e procedimentos sanitários, logística e divulgação de produtos brasileiros no exterior, além de estudos de caso de exportação de frutas, entre outros.

O diretor-presidente da Ceasa Campinas, Wander Villalba, abriu os trabalhos e deu as boas-vindas aos participantes. “Hoje é um pontapé inicial para uma discussão mais ampla sobre a exportação de hortifrútis. Temos potencial e qualidade para exportar ainda mais e o principal objetivo do evento é fomentar o debate desse assunto”, disse Villalba.

 

 

Em seguida, o presidente da ABCM, Emílio Cesar Fávero, falou um pouco sobre a história da entidade e analisou a importância e a necessidade da exportação para os produtores brasileiros. “A exportação é importante para adequação a novas práticas, melhora da remuneração e regulação da oferta do mercado interno”, disse Fávero. Ele lembrou que a venda ao exterior é um procedimento acessível a todos. “Todos podem exportar: pequenos, médios e grandes. Não é tão distante essa possibilidade”, disse.

Luiz Roberto Barcelos, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), falou sobre a exportação de frutas brasileiras. Já Gustavo Campanelli, gerente de operações da Cutrale, discorreu sobre a experiência da empresa – uma das maiores do mercado cítrico nacional – na exportação de laranja. “Nossa laranja é muito mais saborosa do que a de outros países, mas temos concorrentes na África do Sul, Argentina e Uruguai. Os procedimentos para exportar são muito rígidos, você tem que seguir todas as regras do Ministério da Agricultura, principalmente para a comunidade europeia”, disse. Questões fitossanitárias, como o controle de pragas que atacam as lavouras de cítricos, também foram abordadas.

 

 

Dificuldades para exportar

O produtor de figo e goiaba de Valinhos, Salvador Orlando Brotto, que também é comerciante da Ceasa Campinas, falou sobre as dificuldades e desafios de ser exportador. “O figo é muito sensível, tudo tem que ser manual. A dificuldade para embarque também é enorme. Embarcamos tudo por Guarulhos, embora minha produção seja quase do lado de Viracopos. O que acontece é que os voos de Viracopos para a Europa são poucos. Já tivemos várias reuniões com o pessoal do Viracopos, mas até agora não conseguimos nada”, disse.

Além de ampliar o conhecimento, muitos produtores e executivos de empresas também aproveitaram para fazer novos contatos e trocar experiências com diferentes representantes do setor. Marcio Ferraz, da empresa MKData, com sedes em Minas Gerais e Espírito Santo, veio para conhecer melhor o mercado na região de Campinas. “O evento é muito interessante. É uma oportunidade de conhecer melhor as pessoas aqui”, disse Ferraz.

O empresário Silvio Romão, produtor de bananas do Vale do Ribeira (SP), pretende começar a exportar e, por isso, fez questão de participar do workshop. “Os entraves para a exportação são muitos. Foi uma bela iniciativa de vocês esse evento”, elogiou.


Palestras

O workshop ainda contou com as palestras do diretor técnico-operacional da Ceasa Campinas, Claudinei Barbosa - que destacou o papel das centrais de abastecimento na garantia da segurança alimentar da população -, além de Graziela Tagliari, da Citrus Tree, e de Sophia Cavalcanti Costa de Carvalho, da Apex-Brasil. Por último, falou Cláudio Jânio, representante da Kuehne+Nagel Serviços Logísticos, sobre logística aplicada à exportação.