Ambulatório da Ceasa recebe comitiva argentina

O ambulatório médico da Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa) recebeu nesta terça-feira, dia 14 de dezembro, uma comissão com dois integrantes do Ministério da Saúde do governo argentino, Ricardo Bernztein e Guillermo Gonzalez Prieto, e um do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Sérgio Maulen. Também integrou o grupo o coordenador da Área Técnica da Saúde do Homem do Ministério da Saúde do Brasil, Paulo César de Sousa Carvalho e representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas.

A equipe está no Brasil especialmente para conhecer a Política Nacional de Saúde do Homem e, por indicação do coordenador do Ministério da Saúde, Baldur Schubert, veio a Campinas ver as ações para implantação da Política de Saúde do Homem no município. A indicação da cidade se deve ao fato de Campinas ser pioneira no Brasil na implantação da política lançada em agosto de 2009, pelo Governo Federal, que tem por objetivo facilitar e ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde.

O grupo foi recebido no começo da manhã na Prefeitura pelo secretário adjunto de Saúde de Campinas, Pedro Humberto Scavariello e pela coordenadora da Saúde do Adulto, a médica geriatra Jane Emídio Dias, juntamente com coordenadores das áreas técnicas da Secretaria de Saúde, coordenadores dos centros de saúde. Depois vieram ao ambulatório na Ceasa para conhecer uma das 10 unidades piloto do trabalho na cidade, pois é a que está em estágio mais avançado. Campinas tem um terço dos clínicos da rede pública municipal de saúde já capacitados e conta com legislação que estabelece o Programa Municipal de Saúde do Homem.

Doenças e mortalidade

A não-adesão às medidas de saúde integral por parte dos homens leva ao aumento da incidência de doenças e de mortalidade. Números do Ministério da Saúde mostram que, do total de mortes na faixa etária de 20 a 59 anos - população alvo da nova política -, 68% são de homens. Ou seja, a cada três adultos que morrem no Brasil, dois são homens. As pessoas do sexo masculino vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e têm mais doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevada.

Em Campinas, segundo dados de 2009, a primeira causa de morte nesta população é de doenças cardiovasculares. Foram 1.272 óbitos em 2009 ou 15% do total, sendo 35% deles decorrentes do infarto. A segunda causa constitui-se nas neoplasias - cânceres. No total, foram 1.036, ou 12,2%, sendo em primeiro lugar os do aparelho respiratório com 16%, seguido do de próstata, com 10% e estômago com 9%.  As causas externas vêm em terceiro lugar, com 639 mortes, o que equivale a 7,5%, sendo as armas de fogo responsáveis por 18%, os acidentes de trânsito por atropelamento por 9% e com motociclistas por 7%. As doenças do aparelho respiratório constam em quarto lugar, com 48% das mortes por pneumonia e 23% por outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOCs).