O Jornal Correio Popular desta quinta-feira, dia 4 de abril, publica o artigo do presidente da Ceasa, Mário Dino Gadioli, com destaque na página 2. Confira abaixo.
Ceasa Campinas
Abastecimento e compromisso social
*Mário Dino Gadioli
De madrugada enquanto a maioria das pessoas ainda dorme existe um lugar em Campinas que já está a toda velocidade para garantir a hortaliça fresquinha em nossas mesas, as frutas no varejão, os legumes no supermercado e as flores e plantas que embelezam a vida. É a Ceasa Campinas, a quarta maior entre os mais de 70 entrepostos públicos do país que está completando 38 anos.
A Ceasa é um patrimônio da cidade, mas sua importância econômica e social vai além dos limites do município. E nada melhor que os números para confirmar esta premissa. A empresa gera 25 mil empregos diretos e indiretos e garante o escoamento dos produtos da agricultura vindos de todo país e até do exterior, além de assegurar milhares de postos de trabalho no campo. Ela é responsável pelo abastecimento de hortifrútis de 500 municípios e distribui cerca de 40% das flores e plantas do setor atacadista do Brasil.
Antes de a Ceasa existir a distribuição de hortifrutigranjeiros era improvisada, com produtos espalhados pelo chão, em caminhões, embaixo de lonas ou ainda em locais que não comportavam um volume atacadista. Até que em 1975 a Central entrou em funcionamento para estruturar este comércio, no início com gestão federal e depois, em 1989, sob o controle da Prefeitura de Campinas.
Hoje, nos 500 mil m2 do entreposto campineiro existem quase 1 mil comerciantes que movimentam R$ 105 milhões por mês, uma estrutura fundamental para a regulação de preços e a garantia da oferta do mix de hortifrutigranjeiros, além de flores e plantas. A Central é uma verdadeira cidade com 5 bancos, lojas, farmácia, banca de jornal, restaurantes, lotérica, escritórios, posto de gasolina e por onde circulam 15 mil pessoas por dia.
Mas a vocação da empresa vai além do abastecimento. A Central é também um suporte municipal a políticas sociais e de segurança alimentar. É a Ceasa que realiza a logística que garante quase 240 mil refeições por dia na alimentação escolar da cidade. Dentro da empresa existem ações de combate à fome e o desperdício que distribuem, de graça, em torno de 6 mil toneladas de alimentos por ano.
Na empresa há espaços de acesso à internet gratuito e um programa para reaproveitar o lixo que gera trabalho e renda a uma cooperativa. O Banco de Alimentos e a gestão de resíduos da Ceasa já receberam, inclusive, os prêmios de responsabilidade social e ambiental oferecidos pelo Grupo RAC.
Ao citarmos todos estes números apontamos não apenas para a grandiosidade da Ceasa Campinas, mas também do nosso desafio. Assumimos a Central há pouco mais de dois meses com o compromisso de desenvolver todas as suas potencialidades com responsabilidade e ética.
O dinamismo e as mudanças no mercado varejista nos últimos anos e os impactos da ampliação do público consumidor são algumas das principais demandas que precisamos atender diante de um setor pouco organizado em nível nacional e que carece de investimentos há mais de 30 anos. O consumo de hortaliças e frutas no Brasil é abaixo do preconizado pelos órgãos de saúde enquanto mais da metade da população está com sobrepeso - o que gera as chamadas doenças não transmissíveis como diabetes e hipertensão.
Enfrentar estes desafios exige, sem dúvida, investir tanto na infraestrutura da Ceasa modernizando e adequando sua logística às necessidades do mercado e do consumidor, quanto na ampliação do volume comercializado com impactos na saúde da população.
E mesmo neste pouco tempo à frente da gestão conseguimos galgar estes caminhos. Já estamos com agenda em Brasília junto ao Ministério da Agricultura para pleitear investimentos. A Ceasa Campinas também vai integrar uma campanha de incentivo às boas práticas comerciais e ao consumo de frutas, verduras e legumes que vai unir as ceasas do país e começa em abril.
Estamos investindo ainda em ações para facilitar o trânsito no entorno da Ceasa; em reformas dos horto mercados; em melhorias com novas cancelas, recuperação do pavimento, comunicação horizontal e vertical dos mercados, compra de caminhão de lixo, reestruturação do sistema de protocolo, entre outras iniciativas.
Além disso, é necessário redirecionar e fortalecer as ações sociais, aprimorar o trabalho ambiental e as ferramentas para aferir adequadamente o resultado dos programas do município. A Prefeitura já tem garantidos R$ 1,5 milhão para aumentar em 4 vezes o Banco de Alimentos e a obra já deve começar em maio, quando o órgão completa 10 anos.
E tão extenso quanto os desafios e ações que elencamos são a determinação e a força do trabalho de funcionários, clientes e comerciantes que construíram e constroem a potência que a Ceasa Campinas é hoje. Isso é o que nos dá parâmetro para nossas intervenções e lastro para o que queremos e o que a população espera e merece: uma Ceasa que seja cada vez mais orgulho de Campinas.
* Mário Dino Gadioli é diretor presidente da