Defesa da agricultura familiar, combate à terceirização da merenda escolar, fim das cantinas nas escolas, ampliação dos Bancos de Alimentos, mais crédito e subsídios às comunidades quilombolas, indígenas e pequenos produtores rurais. Estes foram alguns dos destaques debatidos durante os três dias da IV Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, que aconteceu de 20 a 22 de setembro, em São José dos Campos, SP.
O evento reuniu mais de 500 representantes de diversas regiões para discutir ações e diretrizes da área para todo o Estado de São Paulo com o objetivo de assegurar o direito humano à alimentação adequada. Também foram eleitas 127 pessoas que vão representar São Paulo e levar estas propostas para serem debatidas na Conferência Nacional marcada para 7 a 10 de novembro, em Salvador, Bahia.
A região de Campinas terá dez representantes no evento nacional, entre eles o presidente da Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa) e do Conselho Municipal de Segurança Alimentar da cidade, Nivaldo Dóro, além de outros três membros do Comsea campineiro: Geziel Santos, das organizações religiosas; Márcia Paisano Soller, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e Marcelo Luccas, da sociedade civil.
Para Nivaldo estes eventos ajudam a integrar e mobilizar a sociedade em torno do tema. "A alimentação está hoje no centro dos debates, pois ela é uma das bases para o bem estar e a saúde da população. Temos o desafio de ao mesmo tempo garantir o acesso a todos ao direito de se alimentar adequadamente e combater o grave problema do excesso de peso e obesidade. Estas atividades são importantes para reunir, debater e depois colocar em prática projetos e propostas que respondam a estes desafios", opinou o presidente.
Entre as ações importantes, ele destacou a importância de criar campanhas e ações massivas de educação alimentar, programas de combate ao desperdício de alimentos, reestruturar os conselhos de segurança alimentar regionais e transformar em lei a constituição de conseas estaduais.
Campinas
Campinas foi uma das primeiras cidades do país a organizar um Programa de Segurança Alimentar. A Prefeitura da cidade criou o Banco Municipal de Alimentos, mudou e melhorou o modelo da merenda escolar da cidade, estimula a implantação de hortas comunitárias, entre outras. O Programa também conta com ações indiretas de segurança alimentar para gerar trabalho, movimentar a economia e transferir renda. Esta experiência e atividades da cidade são levadas e debatidas em todos os eventos da área.