Ceasa-Campinas participa da entrega do Plano Nacional de Abastecimento ao Ministério da Agricultura

Centrais de Abastecimento de todo Brasil estiveram em Brasília (DF), nesta terça-feira, dia 5 de junho, para entregar propostas para o Plano Nacional de Abastecimento (PNA) ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O documento foi elaborado pelas ceasas por meio da Associação Nacional das Centrais de Abastecimento (Abracen) e recebido pelos secretários executivo e de política agrícola do Mapa, José Carlos Vaz e Caio Tibério da Rocha.
 
O PNA traz um conjunto de propostas de ações governamentais com o objetivo de modernizar e revitalizar as estruturas de abastecimento e a segurança alimentar no país. Após a apreciação e deliberação do Mapa, o Plano será entregue à presidente Dilma Rousseff.
 
O presidente da Ceasa-Campinas, Sérgio Luiz Juliano, participou do ato e avaliou o PNA como um avanço, pois une o setor em busca de objetivos comuns para melhorar as ceasas. As ações de segurança alimentar que funcionam na Central campineira serviram de modelo para as propostas do documento nesta área.
 
As ceasas são mais que estruturas de comércio, comentou o presidente. Segundo ele, o abastecimento é um instrumento de segurança alimentar e a Ceasa-Campinas acolhe ainda outros trabalhos como o Banco de Alimentos, o ISA e a alimentação escolar. “Estes programas unem Ceasa, secretarias da Prefeitura e permissionários em ações que são fundamentais para que Campinas garanta à população em situação mais vulnerável um auxílio para ter acesso ao direito à alimentação e com qualidade”, avaliou.
 
PNA
 
O Plano Nacional de Abastecimento sugere a criação de um órgão para articular as ações das centrais de abastecimento e criar uma diretriz estratégica para o abastecimento nacional. Os 19 artigos do documento tratam de diversos temas de interesse do setor como rastreabilidade de hortaliças, adequação de embalagens, capacitação de agentes, selo de qualidade, assistência técnica, entre outros.
 
O PNA foi escrito por 15 técnicos de centrais de abastecimento do Acre, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo, incluindo a Ceasa-Campinas. Também participaram da redação Altivo Cunha, representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Chile, e Newton Júnior, gerente de Modernização do Mercado Hortigranjeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
 
Enquanto o primeiro propõe a criação de uma Secretaria Nacional de Abastecimento, vinculada ao Mapa, para gerir o PNA, o segundo propõe a adoção do Sistema de Informações de Mercados de Abastecimento do Brasil (Simab) por todas as centrais de abastecimento do país, para facilitar o entendimento do mercado.
 
Segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 2010, o sistema tem 41 centrais de abastecimento públicas, com vários formatos jurídicos, que somam 11 mil empresas, 22 mil produtores rurais e 200 mil empregos diretos. Anualmente elas geram cerca de R$ 20 bilhões e comercializam 20 milhões de toneladas de hortifrutigranjeiros – isso sem contabilizar o comércio de flores, grãos, pescados e outros alimentos em geral, produtos expressivos em muitas ceasas.
 
Campinas
 
Os artigos propostos pela Ceasa campineira no Plano mostram como funciona o programa de segurança alimentar da cidade alicerçado na Central e propõe estender o modelo, com as adequações necessárias, a todos os entrepostos.
 
Na Ceasa-Campinas funciona o Instituto de Solidariedade para Programas de Alimentação (ISA), que é uma organização não governamental dos atacadistas da Ceasa que coletam doações de hortifrútis dentro do entreposto. São uma média de 250 toneladas doadas por mês.
 
O Banco de Alimentos e o Prato Cheio Campinas são programas da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social em parceria com a Ceasa. O Banco coleta doções de alimentos fora da Ceasa e distribui a entidades assistenciais.
 
O Prato Cheio entrega cerca de 7 mil cestas básicas por mês a famílias cadastradas. Estas três ações juntas distribuem uma média de 6 milhões de quilos de alimentos por ano, beneficiando 75 mil pessoas.
 
A alimentação escolar de Campinas fornece uma média de 255 mil refeições por dia em 566 unidades escolares. A merenda ganhou nos últimos anos mais frutas, verduras e legumes; produtos integrais e cardápios especiais para crianças com diabetes e com intolerância à lactose. O modelo de Campinas completa 11 anos e tem como diferencial o fato de contar com uma Ceasa na sua operacionalização.