Percorrer o caminho do alimento até o consumo final é a proposta do projeto de estudo do meio da Escola Comunitária de Campinas para os alunos do 3º ano do ensino fundamental I. Para realizar este trabalho o colégio escolheu a Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa) para uma visita monitorada, pelo terceiro ano consecutivo. A primeira das cinco turmas do passeio veio conhecer a Ceasa nesta terça-feira, dia 24 de abril. “O projeto é sobre alimentação saudável. Para tratar este conceito acompanhamos todo o trajeto que os alimentos fazem até chegar no supermercado e na mesa de cada aluno. Fomos numa fazenda conhecer plantação de hortaliças, agora estamos aqui na Ceasa vendo a distribuição destes produtos e depois vamos também numa indústria”, explicou a professora Ana Luísa Momene. Após as visitas, os alunos trabalham as informações na sala de aula, desenham, escrevem e assimilam cada fase da experiência.
A dinâmica da Ceasa ajuda muito eles entenderem outras questões que envolvem o alimento como a conservação e o transporte, conta Ana. “Aqui é bacana porque eles questionam como pode o alimento lá da fazenda, que é tão perecível, durar e se preservar até chegar em suas casas. Mostrando estes detalhes da Ceasa eles percebem como funciona e valorizam todo o esforço e trabalho demandado para que possam comer este alimento”.Os técnicos de mercado, Davi Mattos e Fábio Sacoman, receberam as crianças no auditório da empresa para uma palestra sobre a Central, os mercados e os programas de segurança alimentar e ambientais. Depois o grupo passeou por todo mercado de hortifrutigranjeiros conhecendo os espaços de comercialização - chamados de boxes e pedras, as câmaras frias e de climatização, as variedades de produtos, os vendedores, carregadores e comerciantes. 
Houve degustação de frutas, que a empresa Benassi, permissionária da Ceasa, faz questão de oferecer a todos os visitantes e até a entrada rápida em uma câmara fria que conserva frutas com temperatura de zero grau centígrado, num dos boxes do entreposto. No final eles visitaram a ONG Instituto de Solidariedade para Programas de Alimentação (ISA), que funciona dentro da Ceasa e arrecada doações dos atacadistas para distribuir entre pessoas e entidades que precisam deste auxílio para garantir acesso ao direito de se alimentar.
“Gostei mais de comer as frutas”, comentava a Marina Carvalho Schlodtmann com as amigas. O que chamou a atenção de Laura Screnari Oppermann foram as fruitas exóticas “nunca tinha visto, não sabia que existiam frutas assim”, admirou-se. E o amigo de classe, Henrique Pires do Rio, gostou do que aprendeu e disse que não tinha ideia de que os alimentos passavam por um lugar como a Ceasa. 
Mudança de hábitos
Segundo a professora Ana Luísa, a alimentação saudável é uma preocupação atual de educadores, pais e da população em geral e a visita à Ceasa ajuda muito. “Eles compreendem de onde veem os alimentos, todo trabalho envolvido nisso e aproveitamos o tema para estudar a parte nutricional. Como resultado percebemos sim uma mudança de hábito alimentar. As crianças começam a trazer mais frutas no lanche e os pais comentam que eles comem mais verduras e frutas e que comentam que é porque é bom para a saúde”, informa.
Ela explica que a escola trabalha outras formas para incentivar a melhoria dos hábitos alimentares. Uma vez por mês os alunos têm o dia da degustação quando levam verduras, legumes ou frutas para todos experimentarem juntos. É uma forma de fazê-los vivenciar sabores, provar novos alimentos e adquirir novos hábitos, relata Ana.
Para o presidente da Ceasa, Sérgio Luiz Juliano, as visitas monitoradas de crianças são importantes. “É na infância que formamos hábitos, que desenvolvemos gostos. O consumo de hortaliças e frutas no Brasil é menor do que o recomendado pelos órgãos de saúde. Por isso, é fundamental proporcionar atividades que incentivem as crianças a comerem melhor para quem sabe no futuro tenhamos uma melhoria deste cenário e da saúde em geral”, avaliou.