A bananicultura, o cultivo de bananeiras para fins comerciais ou industriais, é um dos principais agronegócios internacionais, uma vez que a banana é a fruta fresca mais consumida no mundo.
Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária (Embrapa), o Brasil é o quarto produtor mundial e sua produção, de 7,1 milhões de toneladas de banana, é praticamente destinada ao consumo interno, o que o transforma no primeiro consumidor mundial de banana.
O cultivo da banana é uma atividade lucrativa e desenvolvida em todo o território nacional, numa demonstração irrefutável de sua amplitude, importância socioeconômica e abrangência geográfica.
Para Wilson Magário, produtor e comerciante da Ceasa-Campinas, a banana é fruta tropical, que gosta de água e calor. "Ela se adapta bem a qualquer região, desde que se perceba e atenda suas necessidades. Mas é preciso ter cuidado. Tudo em excesso pode atrapalhar", explica.
Alguns fatores como preferência do consumidor, produtividade, resistência a pragas e a doenças e tolerância à seca a ao frio são itens importantes para definir a espécie a ser cultivada. Para Wilson, cada região demonstra uma peculiaridade. "O maior consumidor de nanica é o Estado de São Paulo. Em outros estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais, é a prata, por exemplo", esclarece.
Produção e pós-colheita
De acordo com Magário, as mudas são feitas em laboratório. Os cachos passam por um processo de ensacamento, evitando o contato com agentes nocivos e insetos que possam danificar a fruta. "A determinação do ponto de colheita, na prática, é muito influenciada pela experiência do produtor. Através de avaliações visuais, reconhecemos o momento de iniciar a colheita dos cachos", comenta.
A colheita inicia com um corte no pseudocaule (espécie de caule). Neste ponto começa a fase de pós-colheita. "A pós-colheita começa no momento da separação desta de sua fonte produtora (a planta) e se estende até que a mesma atinja o consumidor final e seja consumida", ensina o produtor.
Condições ideais para a conservação
Em condições naturais, o amadurecimento da banana é desuniforme, devido a formação de frutos em pencas com diferentes idades. Wilson diz que as pencas apresentam geralmente, de 10 a 15 dias de diferença, em função do florescimento e do desenvolvimento da fruta. Isso revela a importância da climatização da banana, que resulta num amadurecimento mais uniforme. "As câmaras de climatização são utilizadas com o objetivo de controlar o amadurecimento, em períodos que duram de 4 a 10 dias, levando em conta alguns fatores como temperatura, umidade relativa, gás ativador do amadurecimento, ar atmosférico, circulação de ar e exaustão", completa.
Para monitorar o amadurecimento da fruta, são utilizados escalas de coloração da casca, as quais servem como indicativo do grau de maturidade do produto.
"Se bem cuidado, o bananal pode durar uma vida. As novas produzem mais, trocamos os pés de cinco em cinco anos. Fazendo todos os tratos culturais, pode chegar a durar 30, 40 anos. Tenho bananas da época do meu pai", comenta Magário.