Com o intuito de entender o processo de armazenamento e comercialização de hortifrutigranjeiros, a Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa) recebeu, na manhã da última quarta-feira, dia 19 de agosto, um grupo de 28 estudantes de graduação e pós graduação da disciplina de pós-colheita, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq), acompanhados do professor dr. Angelo Pedro Jacomino e recepcionados pelo idealizador do programa ‘Visitas Monitoras’, o assessor Francisco Homero Marcondes.
O grupo assistiu a uma apresentação sobre a empresa no auditório e, posteriormente, excursionou pela Central, enfatizando o modus operandi do Mercado de hortifrutigranjeiros e os programas sociais, que combatem o desperdício de alimentos. Segundo Marcondes, o contato com a prática e dia-a-dia da Ceasa enriquece a vida profissional dos acadêmicos. “É sempre uma honra receber grupos interessados em conhecer a Ceasa, especialmente quando contribuímos com conhecimentos técnicos. Neste caso, ressaltando o destino dos hortifrútis no pós-colheita”, comentou.
Visita técnica
Segundo dados da FAO (Food and Agriculture Organization), em países em desenvolvimento mais de 40% das perdas de alimentos ocorrem nas etapas de pós-colheita e processamento. Já em países industrializados, mais de 40% das perdas ocorrem nas etapas do varejo e consumo.
Perdas pós-colheita, por definição, são definidas como aquelas que ocorrem após a colheita em virtude da falta de comercialização ou do consumo do produto em tempo hábil. Em alguns casos, podem representar números expressivos e gastos de valiosos e escassos recursos utilizados na produção, como água e energia
Para o professor, dr. Angelo Pedro Jacomino, visitas práticas são importantes para elucidar a prática. ‘Os acadêmicos terão contato com tecnologia que pode ser aplicada no pós colheita para manutenção da qualidade, bem como as formas de comercialização de frutas, legumes e verduras (FLV) e também com os pontos que podem ser melhorados. Além disso, tomam conhecimento dos projetos sociais de combate ao desperdício de alimentos que a Ceasa possui”, comentou.
Na opinião do agrônomo da Ceasa Campinas, Ricardo Munhoz, ao falarmos em perdas de 40%, refletimos um retrato do Brasil que abrange todo tipo de produtor, desde os que investem em tecnologia até os que não tem a oportunidade de acesso a esses meios. “É interessante lembrar que as perdas pós-colheita dizem respeito ao perfil do produtor quanto ao acesso e uso da tecnologia disponível. Portanto, não é uma característica obrigatória da cadeia produtiva”, observou.
Sobre o projeto ‘Visitas Monitoradas’
A coordenação do Programa de Visitas Monitoradas fica a cargo de Francisco Homero Marcondes. A visita é gratuita. As instituições de ensino ou interessadas em participar do Programa devem solicitar agendamento enviando um e-mail para o contato: francisco.marcondes@ceasacampinas.com.br.