Convênio com Incra ampliará geração de renda em hortas comunitárias

Cerca de 200 pessoas participaram nesta sexta-feira, dia 26 de março, da cerimônia de assinatura pela Prefeitura, por meio das secretaria municipais de Trabalho e Renda, Cidadania, Assistência e Inclusão Social e da Centrais de Abastecimento (Ceasa), de convênio com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que vai destinar R$ 2,4 milhões para ampliação do Programa Municipal de Hortas Comunitárias da cidade.

A cerimônia ocorreu no Salão Vermelho da Prefeitura, na abertura do I Seminário de Agricultura Urbana e Periurbana de Campinas, que tem como objetivo esclarecer a população sobre o programa que estimula a agricultura urbana e as formas de participação no Programa de Agricultura Urbana e Periurbana,(Agriurbe).

O convênio firmado permitirá que, por meio do Agriurbe, o Incra disponibilize cerca de R$ 2.400,00 para cada família ou entidade interessada em desenvolver horta de caráter comunitário. E poderá fomentar a implantação de pelo menos mil hortas comunitárias na cidade.

Durante a formalização do convênio, o secretário municipal de Trabalho e Renda, Sebastião Arcanjo, destacou a importância deste ato, que representa a grande vitória da população da cidade envolvida com as hortas comunitárias. "Além de tratar-se de uma ação que gera renda e emprego, ela é também uma luta ambientalmente correta e socialmente justa", destacou o secretário.

O secretário lembrou, ainda, que a partir do convênio Campinas pode se tornar referência no país em termos de hortas comunitárias. "Este convênio vai possibilitar que pelo menos mil famílias da cidade possam dedicar-se às hortas comunitárias, inclusive com a aquisição de equipamentos necessários para isso. E a Prefeitura fará sua parte, colaborando na indicação dos locais e com a infraestrutura", disse o secretário.

O projeto Agriurbe tem quatro objetivos principais: a geração de trabalho e renda, a melhoria da alimentação e do abastecimento de hortifrutis nas regiões de alto risco social, a ocupação de vazios urbanos e a capacitação da população desempregada ou subempregada em atividades agrícolas.

A secretária municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social, Darci Silva, destacou durante o evento que a geração de trabalho e renda decorrente das hortas comunitárias contribuirão seguramente para a reconstrução do mapa da vulnerabilidade de Campinas. "Nossa busca constante é por uma configuração mais justa deste mapa e isso também se dará por meio deste convênio e de outras ações em diferenciadas áreas como educação e saúde, por exemplo".

João Novaes, da horta comunitária do Itajaí, recentemente premiada conjuntamente pela Sanasa e Rede Anhanguera de Comunicação (RAC), disse durante a cerimômia que produzir alimentos é produzir saúde. E destacou a parceria entre o projeto Cio da Terra e a Robert Bosch, que repassa R$ 50 mil para o projeto, o que possibilitou um avanço significativo para o projeto.

Sônia Novaes, funcionária e representante do Incra no evento, destacou, assim como Arcanjo, que Campinas certamente será referência no país em hortas. Lembrando que as ações neste sentido começaram ainda nos anos 90, ela ressaltou a importância da luta desenvolvida na cidade com este objetivo desde então. Por parte da Ceasa, Francisco José Ricchini, engenheiro e coordenador, garantiu durante a cerimônia estar certo que, "com o convênio, Campinas mostrará sua capacidade em relação às hortas comunitárias".

A cidade conta hoje com 60 hortas, das quais 17 são comunitárias e as outras 43 em escolas ou centros de saúde,  estas voltadas à produção de fitoterápicos. As 17 comunitárias são resultantes de trabalho exercido por cerca de 40 famílias na produção predominantemente de folhagens (alface, couve, almeirão, salsa e cebolinha, por exemplo). Com os recursos decorrentes do convênio assinado com o Incra elas terão agora a possibilidade de iniciar a produção em escala, comercializar seus produtos com supermercados, varejões, etc e, com isso, ampliar a geração de renda.