Os 23 trabalhadores da Cooperativa Unidos na Vitória - que funciona na Centrais de Abastecimento de Campi-nas (Ceasa) coletando e comercializando resíduos de materiais recicláveis - receberam nesta quinta-feira, 17 de dezembro, a visita do Secretário Municipal de Trabalho e Renda, Sebastião Arcanjo. Ele participou da entrega à Cooperativa de produtos arrecadados pelo Banco Municipal de Alimentos, que também fica na Ceasa, e aproveitou para apresentar e discutir o projeto de organização e reestruturação das cooperativas da cidade com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os cooperados receberam uma cesta de Natal do Programa Prato Cheio Campinas e produtos de higiene pessoal.
Estavam presentes ainda o presidente da Central e vice-prefeito, Demétrio Vilagra, a coordenadora do Banco de Alimentos, Elizabeth Chaves, e a engenheira responsável pelo Sistema de Gestão de Resíduos da Ceasa (do qual a Cooperativa faz parte), Adriana Campos. A presidente da Cooperativa, Elizabete Maria da Silva, apresentou ao Secretário as demandas dos trabalhadores relacionadas à infra-estrutura. Ela pediu auxílio para poder drenar a água de chuva no entorno do barracão da Cooperativa que dificulta o transporte e danifica os carrinhos. Segundo ela, o grupo vai receber quatro carrinhos novos e motorizados fruto de um patrocínio da Petrobras.
O Secretário fez um balanço da situação econômica do país e do mundo explicando que a crise econômica de 2008, apesar de não ter sido tão severa no Brasil, atingiu todos os setores inclusive as mais de 800 mil pessoas no país que trabalham com coleta e reciclagem de resíduos, pois os valores dos produtos caíram muito. "Este ano tomamos várias medidas de emergência para auxiliar as cooperativas a atravessarem a tempestade", disse. Arcanjo salientou, porém, que em 2010 o cenário é outro e a Prefeitura quer conseguir parte dos R$ 200 milhões disponibilizados pelo BNDES para o trabalho de cooperativas. 
Ele explicou que com a verba, um valor estimado em R$ 16 milhões para a cidade, quer unir os cooperados interessados em uma única organização e adquirir equipamentos para melhorar as condições de trabalho e não apenas coletar material como também beneficiar e ganhar mais poder de negociação e conseqüentemente melhor preço junto às empresas que compram os materiais recicláveis. Para isso, segundo ele, sua equipe está fazendo 
primeiro um diagnóstico das 14 cooperativas de reciclagem do município.
O secretário disse que há uma série de ações necessárias para garantir o financiamento do BNDES como trâmites jurídicos de concessão de terrenos, estruturação sólida das organizações de forma conjunta e planejamento econômico para assegurar ao Banco a viabilidade do negócio. "Estamos olhando lá na frente, com um grande projeto para estruturar as cooperativas e promover a continuidade desta ação que garante trabalho e renda a milhares de famílias", avaliou. O vice-prefeito falou da importância do trabalho dos cooperados e das oportunidades de formação. "Temos em Campinas o Ceproccamp que oferece cursos e garante uma profissão para muita gente, principalmente jovens. E vocês podem também aproveitar este caminho", explicou Vilagra.