Cozinheiras concluem curso do Ital com aula prática

As cozinheiras das entidades assistenciais de Campinas atendidas pelo Banco Municipal de Alimentos da Prefeitura participaram da última aula da oficina “Evitando o desperdício de alimentos” ministrada pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), nesta terça-feira, dia 26 de junho. A atividade foi realizada na cozinha experimental da Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa), onde funciona o Banco.
A aula foi prática e o tema escolhido foi produção de molho de tomate que pode ser guardado por até um ano. A nutricionista do Banco de Alimentos, Bruna Saleh de Angelis, explicou que as entidades recebem uma grande quantidade do produto tanto do Banco quanto do Instituto de Solidariedade para Programas de Alimentação (ISA) - a ONG dos permissionários da Ceasa que funciona no entreposto.
“Esta aula prática e as duas teóricas anteriores focaram bastante em conteúdos que visam evitar perdas e aproveitar ao máximo os alimentos. Além de atualizar, o curso possibilitou a valorização destas profissionais”, avaliou a nutricionista.
Estímulo
Para Maria da Penha Oliveira a oficina é um estímulo. “É uma injeção de ânimo, trocamos informações, conhecemos colegas de outras entidades. Por mais experiência que a gente tem sempre aprende coisas novas”, considerou a cozinheira da ONG Obra Social São João Bosco que atende cerca de 300 crianças e jovens.
Na Creche Irmã Maria Ângela, Eliene Pereira de Oliveira Sanção é responsável pelo preparo de cerca de 400 refeições diárias e também ficou animada. “É muito importante participar destas aulas que nos ajudam a implantar a manipulação de alimentos de forma profissional”, disse.
Molho de tomate
O engenheiro de alimentos e pesquisador do Ital, Paulo Eduardo Rocha Tavares, ministrou a aula prática da oficina mostrando duas técnicas de produção de molho de tomate para aproveitamento do produto em grande quantidade e a sua conservação por até um ano. Orientadas por ele, as próprias cozinheiras prepararam os molhos.
“Uma produz um molho apenas batendo o produto no liquidificador e a outra técnica mostra o processo com branqueamento, que é cozinhar o tomate por cinco minutos”, explicou Tavares. No primeiro processo há mais perda na hora de coar e o resultado final não fica homogêneo.
Ele também mostrou o método de embalagem e pasteurização que consiste em aquecimento e esfriamento. Esta técnica que pode ser feita por qualquer pessoa numa cozinha comum é uma forma de eliminar 99% das bactérias deixando o produto seguro para o uso.
“O importante desta oficina que realizamos é a segurança alimentar. Grande parte das doenças surge devido ao uso inadequado de alimentos”, concluiu o engenheiro.
Parceria
A oficina teve três aulas e é fruto da parceria do Banco de Alimentos com o Ital. A atividade foi voltada para funcionários e cozinheiras das organizações não governamentais que são atendidas pelo Banco.
A primeira aula da oficina aconteceu no dia 22 de março, com uma palestra da pesquisadora do Ital, Márcia Paisano Soler, sobre desperdício de alimentos. O segundo encontro também contou com o engenheiro Paulo, no dia 22 de maio, abordando as boas práticas de fabricação e higiene e manipulação de alimentos.