Evento no Centro de Campinas marca Semana de Combate à Obesidade Infantil

A Secretaria de Saúde de Campinas promove nesta quarta-feira, dia 16 de março, das 9 às 16h, na Praça Rui Barbosa, atrás da Catedral Metropolitana, uma série de ações para marcar a Semana Estadual de Combate à Obesidade Infantil. O evento, organizado pelo Departamento de Saúde com apoio da equipe da Policlínica II, inclui atividades de informação, educação e mobilização social.

Durante o evento, as pessoas interessadas vão ser avaliadas em relação ao peso, à altura e terão calculado o Índice de Massa Corporal (IMC). Com base nesta análise, elas serão classificadas de acordo com uma tabela que aponta a incidência de sobrepeso ou obesidade e, se necessário, orientadas a procurar o centro de saúde para acompanhamento pelas equipes de saúde, diretrizes do Programa Municipal de Prevenção das Doenças Cardiovasculares, que inclui a prevenção da obesidade e do sedentarismo.

O excesso de peso é diagnosticado a partir do Índice de Massa Corporal (IMC), obtido pela razão entre o peso e o quadrado da altura. Se esse índice alcança valor igual ou superior a 25 kg/m², há excesso de peso. A obesidade é diagnosticada quando o índice atinge ou supera os 30 kg/m².

As ações serão realizadas por equipes de nutrição e enfermagem do ambulatório de endocrinologia da Policlínica II. Também participam docentes e alunos das Faculdades de nutrição e enfermagem da Unip.

Além da mensuração do peso e altura, os interessados vão receber orientações nutricionais. Também serão distribuídos materiais educativos sobre alimentação saudável e prática de exercícios. Apesar das atividades serem destinadas a crianças, principalmente até 2 anos de idade, e adolescentes, pessoas de todas as faixas etárias podem participar.

Além da ação na praça, todos os centros de saúde de Campinas vão desenvolver esta semana atividades educativas sobre alimentação saudável e a importância da prática de atividades físicas.

Ceasa

Segundo a médica Lígia Aparecida Neaime de Almeida, coordenadora municipal da Saúde da Criança e do Adolescente, as prevalências de sobrepeso e obesidade cresceram de maneira importante nos últimos anos no Brasil, especialmente na população infanto-juvenil, e esta realidade se aplica a Campinas.

Atenta a esta situação, a Secretaria de Saúde de Campinas implantou há 4 anos o Programa Municipal de Prevenção das Doenças Cardiovasculares, que inclui a prevenção de obesidade e sedentarismo. A iniciativa de Campinas atende à Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

Este programa gerou uma outra iniciativa, que é o Programa Educação para uma Vida Saudável. Voltado a alunos das escolas municipais, o trabalho visa promover mudanças positivas na tendência de adoecimento e mortalidade por doenças do coração por meio de ações educativas e intervenções primárias e secundárias. Os trabalhos são multidisciplinares e envolvem as Secretarias Municipais de Saúde, Educação, Ação Social, Esportes e Ceasa.

As principais linhas de trabalho do programa são constituídas por incentivo a atividades esportivas e ações educativas junto a alunos, pais e professores, inclusive, com distribuição de material didático para orientar atividades nas escolas e ações intersetoriais e multidisciplinares para tratamento da obesidade e síndrome metabólica.

Campinas

De acordo com resultado de pesquisa apresentado no livro "As Dimensões da Saúde, Inquérito Populacional em Campinas", de 2008, a incidência de sobrepeso entre moradores de Campinas é de 27,3% em mulheres e 37,2% em homens. A de obesidade é de 14,4% em mulheres e 13% em homens na faixa etária acima de 18 anos. Na faixa etária de 12 a 19 anos, as prevalências de sobrepeso e obesidade são, respectivamente, 10,5% e 4,4% no sexo masculino e 11,9% e 2,8% no sexo feminino. 

 

A obesidade é maior entre adolescentes de famílias em que os chefes têm menor escolaridade e com renda per capita inferior a um salário mínimo. É mais prevalente nos adolescentes que não praticam atividade física com destaque para meninas tabagistas.

Uma outra pesquisa, amostral, de 2007, apontou que entre alunos de escolas municipais de Campinas  de 6 a 10 anos, 12% tinham sobrepeso e 10,7% obesidade. Na faixa de 11 a 14 anos, 12,7% apresentavam sobrepeso e 11,3% obesidade. Entre os alunos de 15 a 17 anos, 16,6% estavam acima do peso normal.