Inauguração do Banco de Caixas Plásticas na Ceasa será nesta 5ª feira

Alimentos com mais qualidade e saudáveis, redução de desperdícios e proteção do meio ambiente. Estes são os principais resultados que a Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa) quer atingir com a implantação do Banco de Caixas Plásticas, um novo serviço que será inaugurado no entreposto, dia 5 de novembro, às 11h. Será a primeira iniciativa numa Central do estado de São Paulo e com tecnologia pioneira no país.  O objetivo é acondicionar e transportar hortifrutigranjeiros em caixas plásticas higienizadas e padronizadas, eliminando gradativamente, no prazo de um ano, as 1,2 milhão de embalagens de madeira retornáveis. Após este período, as caixas de
madeira e de papelão vão poder ser utilizadas uma única vez, sem possibilidade de reaproveitamento. As de plástico fora de padrão, cerca de 600 mil que já circulam no mercado, também continuarão em uso, mas higienizadas.

"Este trabalho levou três anos para ser colocado em prática entre reuniões com os permissionários, clientes, visitas, debates e processo licitatório. Esta é, sem dúvida, uma medida que revoluciona o setor, que moderniza o mercado e gera inúmeros benefícios principalmente para o meio ambiente e para o consumidor final que terá um produto com mais qualidade e durável", avalia o presidente da empresa e vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra. São comercializados na Ceasa-Campinas 60 mil toneladas de frutas, verduras e legumes por mês que são distribuídos para cerca de 500 municípios.

O serviço do Banco surgiu por iniciativa da Ceasa que abriu concorrência e licitou uma área de três mil metros quadrados para que uma empresa instalasse um serviço para padronizar, higienizar, armazenar, locar, vender e fornecer laudo técnico de higiene de caixas plásticas. A vencedora da licitação foi a Logiclean que investiu cerca de R$ 4,5 milhões no projeto. O
Banco tem capacidade para lavar até 2.600 caixas por hora, vai gerar 50 empregos diretos de maneira imediata. O serviço deve ser expandido gradativamente para um espaço de até 12 mil metros quadrados e gerar 200 postos de trabalho.

O Banco de caixas Plásticas também faz parte do Programa de Modernização da Ceasa que prevê informatização, investimentos, reformas e um novo Plano Diretor na empresa. A Ceasa-Campinas fica na Rodovia Dom Pedro I, km 140,5, em Campinas.

Modernização: qualidade e menos desperdício

Segundo a Embrapa, do total de produtos colhidos mais de 30% são perdidos desde a colheita até o consumo. "A utilização de embalagens inadequadas, em especial as de madeira, é um fator de significativa responsabilidade por este desperdício. Além de danos no manuseio, as embalagens de madeira e não higienizadas absorvem umidade, acumulam fungos, bactérias, animais peçonhentos e pragas que contaminam os produtos, reduzem sua vida útil e disseminam doenças na lavoura", informa o gerente do Mercado de Hortifrutigranjeiros da Ceasa, Laurismaradno Morais da Fonseca. Outro fator positivo apontado pelo gerente é o controle. "Hoje muitos atacadistas têm um estoque grande de caixas porque muitas se perdem na comercialização. As caixas vão poder ficar no Banco e com controle informatizado. Acredito que com isso vamos reduzir em quatro vezes o número de caixas que circulam no mercado", explica.

Ganho ambiental

Ao substituir as 1,2 milhão de caixas de madeira que circulam pela Ceasa-Campinas, deixam de ser derrubadas 8,4 mil árvores por ano. A embalagem plástica tem vida útil média estimada em oito anos e pode ser reciclada. A construção do Banco, os recursos e o processo de lavagem das caixas também foram pensados de maneira ecológica. Será utilizado um sistema que vai captar energia solar das 8h às 16h30 para aquecer a água dos equipamentos de higienização. Com isso serão economizados 1.400 litros de gás por mês. A máquina também foi projetada para reduzir o consumo de água. Para higienizar 2.600 caixas por hora ela gasta 1.400 litros (300 ml por caixa), menos da metade que os sistemas semelhantes que usam de 3 a 4 mil litros por hora. A Logiclean também vai implantar um sistema para aproveitamento da chuva e comprar uma recicladora de água que por meio de processo químico permite que fique potável e possa ser reutilizada inúmeras vezes.

Legislação

A iniciativa do serviço de caixas e higienização na Central também atende às exigências da Instrução Normativa SARC/Anvisa/Inmetro número 09/2002 e orientações técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estabelecem as condições para a reutilização de embalagens e regulamenta o acondicionamento, manuseio e comercialização de produtos in natura.  Para a diretora da Coordenadoria de Vigilância em Saúde do município de Campinas, Maria Filomena de Gouveia Vilela, a notícia foi bem recebida. "A Vigilância em Saúde de Campinas apóia esta importante iniciativa da Ceasa por contribuir para a implantação das boas práticas de manipulação nos estabelecimentos de alimentos, eliminando a entrada de caixas de madeira dentro da área de armazenamento e manipulação, foco de contaminação por insetos e roedores vindos do campo e também por estar se colocando como facilitadora na adequação de seus permissionários à legislação sanitária vigente", avaliou.

Modelo

Entre as 25 ceasas do Brasil, pelo menos três possuem ou estão iniciando serviços de venda e higienização de embalagens plásticas. Campinas pode se tornar referência devido à tecnologia e logística utilizada que é pioneira no país. O sistema na cidade será todo informatizado e com a chamada logística reversa, sistema que garante o rastreamento e o retorno das embalagens. "O projeto na Ceasa campineira está sendo considerado um modelo no setor e vai impulsionar o uso de caixas plásticas, a multiplicação dos Bancos de Caixas em outras ceasas e regiões além da modernização dos Bancos já existentes. É um caminho sem volta, felizmente", comemora Vilagra.

Aprovação

O diretor regional da Associação Paulista dos Supermercados, Palimércio Antônio de Lucas, aprova e aposta no sucesso da medida. "Fico muito contente de ter participado deste projeto. Fui a várias das reuniões e contribui para o seu desenvolvimento. Isso é o futuro, traz mais saúde, alimentos de maior qualidade para o consumidor final e também para nós - que utilizamos a Ceasa para comprar e  depois revender - e para os próprios permissionários. Todos ganham, desde o produtor que vai ter qualidade melhor, até o consumidor. Torço para que dê certo pois vai ser modelo e ser copiado no Brasil inteiro.Para o supermercado as vantagens são a padronização das caixas, o alimento
vir menos machucado, menos contaminado e a diminuição dos desvios da embalagem.

A mesma empolgação é partilhada pelo presidente da Associação dos Permissionários da Ceasa, Daniel Marcos Cardoso. "Fizemos uma ampla discussão com nossos associados, estamos a três anos trabalhando nesta ação. Acreditamos que a mudança nas embalagens, a padronização e a higienização vão criar para nós atacadistas um diferencial de mercado. Os produtos da Ceasa-Campinas vão apresentar para nossos clientes vantagens como a qualidade, a redução das perdas, menos produtos estragados, a facilidade para transporte e carregamento. As caixas não vão mais cair do caminhão e ficarão ajustadas. A madeira também provoca muitos acidentes de trabalho para quem manipula as caixas. Enfim, todos os elos do setor ganham do produtor até o consumidor", avalia.

Funcionamento

Todo o serviço do Banco de Caixas Plásticas será informatizado. Os clientes serão cadastrados e recebem um cartão onde movimentam seus créditos. O cliente da Ceasa (supermercado, varejão, feirant