Segundo dia do 1º Encontro de Jardineiros e Paisagistas discute temas técnicos e tendências

 A programação do 1º Encontro de Jardineiros e Paisagistas do Mercado de Flores da Ceasa Campinas chegou ao segundo dia nesta terça-feira, 29 de julho, com diversas atividades. O caráter profissionalizante do encontro trouxe debates importantes para os participantes e para o setor. O diretor Administrativo financeiro José Afonso Bittencourt e a gerente do Mercado de Flores, Ana Rita Pires Stenico, abriram as atividades do dia.
Pela manhã, a discussão inicial recaiu sobre identificação de pragas e de doenças fúngicas no Paisagismo, ministradas, respectivamente pelos pesquisadores do Instituto Biológico de São Paulo, Francisco Jose Zorzenon e Ricardo José Domingues. Em seguida, José Américo Turri explanou sobre defensivos em jardins amadores.
 
Pragas
Folhas roídas, picadas, raspadas; caules perfurados, sangrando. Estes são alguns vestígios deixados por predadores nos vegetais. Para o pesquisador Francisco Jose Zorzenon, o primeiro passo quando nos deparamos com algum inseto, molusco ou ácaro num jardim, é saber se é uma praga ou não; Ou seja, é necessário conhecer mais sobre a biologia deste possível predador para estabelecer uma estratégia de combate ou controle.
 
“Não existe uma receita que sirva para tudo. Cada caso é um caso. Existem pragas limitantes que levam a planta á morte e outras, estéticas ou cosméticas, que causam depreciação das plantas. A base de tudo será sempre o conhecimento”, explica.
 
Fungos e Defensivos para jardins
“Qualquer desenvolvimento diferente do considerado normal, é doença”. Com esta frase, o engenheiro agrônomo e pesquisador Ricardo José Domingues, explicou sobre patologias causadas por fungos. “Doenças fúngicas podem causar lesões foliares e desfolhas, apodrecimento e queda de flores e frutas e seca dos ramos, perdendo a estética do jardim”, esclareceu.
 
O engenheiro ressaltou que a doença é um estado de interação entre um hospedeiro, um patógeno e um ambiente favorável. Domingues destacou que a identificação de moléstias originadas por fungos em plantas pode ser feita através de sinais e sintomas, literatura de apoio e pelo laboratório através da identificação morfológica.
 
O pesquisador citou também os principais grupos destas doenças, como as manchas foliares, o mofo cinzento, o oídio, a ferrugem e a podridão de raiz e caule exemplificando as situações com imagens.
 
Finalizando as atividades da manhã, José Américo Turri, comentou sobre os cuidados na utilização de produtos defensivos para jardins enfatizando a legislação vigente no país.
 
 
Irrigação Paisagística
Na parte da tarde, o engenheiro agrônomo Leonardo Pace, compartilhou conhecimentos e experiências sobre implantação e manuseio de irrigação em jardins. O profissional falou sobre a importância do processo para contribuir com um paisagismo perfeito; lembrando que, um projeto de irrigação bem feito, além de economizar água, não é visível. “Um bom sistema de irrigação valoriza o empreendimento, economiza tempo, trabalho, água e energia; agregando valor á propriedade”, afirmou.
 
Pace exibiu produtos como os sensores meteorológicos de alta tecnologia que calculam a evapotranspiração (ET), adequando o tempo de funcionamento de irrigação de acordo com a necessidade do dia. Por exemplo, desligando o sistema de irrigação durante períodos de chuva e/ou baixas temperaturas.
 
Iluminação artificial no Paisagismo
Ainda na terça-feira, a arquiteta e paisagista Alice Izumi, abordou o tema ‘Utilização de iluminação artificial no Paisagismo’. A palestrante falou sobre a importância da iluminação como a quarta dimensão da arquitetura. “Sem ela, não vemos as formas e formatos. A utilização da luz é decisiva na criação de um ambiente confortável”, completou.
 
Izumi argumentou que, perguntas como ‘O que eu quero iluminar? O que eu quero esconder?’ são essenciais na hora de elaborar a iluminação de um espaço. A profissional categorizou também alguns quesitos essenciais para se pensar um projeto, como o uso noturno, a vida noturna, a segurança, a circulação no espaço, funcionalidade, pontos focais, estética e bem-estar.