Trabalhadores de hortas comunitárias finalizam curso na Ceasa

Sair da subsistência para uma economia de mercado ampla e rentável. Para a presidente do Banco Popular da Mulher (BPM), Eliane Rosandisky, este foi o principal objetivo do curso “Comercialização da Produção da Agricultura Familiar de Campinas” que teve seu último encontro nesta quarta-feira, dia 5 de dezembro, na cozinha experimental do Departamento de Alimentação Escolar da Centrais de Abastecimento de Campinas (Ceasa).
A atividade começou em julho e faz parte das ações do BPM de apoio a pequenos empreendedores. Participaram 25 agricultores de hortas urbanas de Campinas de três regiões. São produtores da Associação Cio da Terra, do Parque Itajaí; da Associação Cornélio Vlieg, de Sousas e da Horta Comunitária, da Vila Esperança. Todos têm produção orgânica – sem o uso de agrotóxicos - que é muito valorizada pelo mercado.
Por isso, conforme Eliane, o curso visa ajudá-los a ampliar as alternativas de comercialização melhorando aspectos como administração, constância e beneficiamento da produção, além de organização para obter as condições técnicas e administrativas para participar de concorrências e fornecer a programas como a alimentação escolar e o Programa de Aquisição da Agricultura Familiar (PAA) do governo federal.
Apoio
“Estávamos desanimados e com dificuldade de trabalhar. Tivemos um prejuízo grande por causa do calor e o curso nos ajudou muito. Adquirimos conhecimento para melhorar o comércio e também para processar os alimentos”, declarou a produtora do Cio da Terra, Maria Raimunda Vieira Varjão. A horta no Parque Itajaí integra 23 famílias e produz todas as variedades de hortaliças folhas como alface e rúcula, além de brócolis, quiabo, abóbora, tomate, pimentão, chuchu, entre outras.
As 18 pessoas que cuidam e garantem a sobrevivência através da horta comunitária da Associação Cornélia Vlieg também vão aproveitar o curso para melhorar a produção, acredita Carlos Aparecido Messias. “Foi muito bom e vai ajudar bastante o que aprendemos. A gente vende para os mercados em Sousas, para o Colégio Notredame e fregueses vizinhos. Queremos ver se conseguimos mais clientes”, comentou ele. A horta faz parte das ações da Associação, vinculada ao Hospital Cândido Ferreira, voltadas aos usuários em tratamento. Eles plantam cenoura, beterraba, nabo, chuchu, brócolis, couve-flor, banana, acerola, almeirão e todas as variedades de alface.
Aulas
O curso teve seis módulos: Planejamento da Produção; Gestão Financeira; Comercialização; visita à uma Cooperativa de Americana (SP); Higienização e Manipulação de Alimentos e Processamento de.
A última aula sobre Processamento de Alimentos foi prática e ministrada na cozinha da Ceasa pela técnica de nutrição do Senac, Renata Cipriano. Os agricultores trouxeram hortaliças e frutas de suas produções e aprenderam a fazer conservas, picles, geleias e compotas. Foram usados na aula abobrinha, salsão, pepino, cenoura, gengibre, vagem, cheiro verde, banana, goiaba e figo.
A atividade foi viabilizada com recursos de uma multa trabalhista dos trabalhadores ferroviários que foi revertida pela Justiça em prol de ações de trabalho e renda do Banco Popular da Mulher. O curso contou também com o apoio da ONG Via Pública, que executou o conteúdo do curso.