Trabalho na Ceasa é paixão de funcionário há 34 anos

“A vida é feita de escolhas”. A frase que para muitos parece banal, é muito significativa na vida de Francisco Homero Marcondes e para o seu elo com a Centrais de Abastecimento de  Campinas (Ceasa). Chiquinho, como é conhecido, chegou ao entreposto em 6 de abril de 1979 e mesmo hoje, 34 anos depois, seus olhos claros e brilhantes não escondem a emoção e a paixão pelo entreposto.
 
“A Ceasa já está impregnada na minha pele. Acompanho a movimentação, as cotações; mas também recepciono visitantes de todas as instituições, universidades e órgãos que querem conhecer a Central. Isso me gratifica porque me sinto verdadeiro representante da empresa. É um universo muito rico de pessoas que a gente acaba conhecendo. Tem datas em que falo do funcionamento dos mercados, dos projetos sociais e do funcionamento da empresa duas vezes ao dia. Isso é uma honra, um prazer muito grande,” explica.
 
Chiquinho conta que nasceu e sempre morou em Pedreira, cidade do interior de São Paulo, a cerca de 30 quilômetros de Campinas. Um mês após sua admissão na Ceasa, pensou em desistir devido à viagem diária que tinha que fazer e do turno em que trabalhava, que era muito cedo e dificultava o seu transporte. Menos de cinco metros separavam, na época, em 1979, a sala do Departamento Pessoal – onde ia pedir demissão - e a do seu gestor. “Estava com a carteira de trabalho na mão. Parei, pensei e não segui ao RH. Fui primeiro ao meu gestor, que gentilmente pediu que eu voltasse a trabalhar. Comentou da necessidade da vaga em outro horário e eu aceitei. De lá para cá, já se passaram 34 anos. Cinco minutos podem mudar uma vida”, conclui sabiamente.
 
Os olhos vivos e profundos do funcionário não escondem as lágrimas ao lembrar a mãe falecida. “Perdi minha mãe. Sou caçula, sempre me emociono. Foi ela a maior incentivadora da minha permanência aqui. Desde que ficou sabendo da vaga, até a alegria que sentiu quando não desisti dela”, comenta.  Helena Favoretto Marcondes faleceu há quatro anos, com 95 anos.
 
Sábia mãe de Francisco. Além de permanecer na Ceasa, Chiquinho carrega na carteira fotos aéreas da empresa de quando foi criada até os dias atuais, arquiva em uma pasta pessoal pelo menos uma foto de cada visita que acompanha e atende às demandas que recebe como se fossem do seu primeiro dia de trabalho.
 
Quem vê Chiquinho, muito esguio, com o rosto de quem já viu muita coisa na vida, caminhando sempre agitado com sua inseparável prancheta pelo mercado, não imagina que ali está também um grande apreciador de música popular brasileira. Ele conta que tomou o gosto de sua irmã mais velha e que acompanhou pela televisão os memoráveis festivais de MPB dos anos 60. Outra paixão do técnico de mercado são as canetas, que ele guarda com carinho mesmo as mais simples, que ganha dos amigos na empresa. O esforço singular de pessoas como Francisco Homero garantem um trabalho com qualidade e excelência e orgulham a Ceasa Campinas e todos que com seu trabalho ajudam a construir este grande entreposto.